terça-feira, 2 de julho de 2013

boneca de pano

ela vai andando 
num cambalear
daquele jeito dela
embolado
sem os olhos

ouvidos atentos
o som enfim sai da minha boca
ela responde 
não prestei atenção
eu queria ver o que ela estava fazendo
com os desenhos do rosto

eu não coseguia ver 
mas eu me lembrava
resolvi falar mais
chegar mais perto 
atrás da lembrança
vi nitidamente
os olhos castanhos

subitamente eu dei um abraço
com gosto delicado
com o tempo contado
na linha entre a vontade e o proibido
na amizade simulada
no crime 

eu vi!
os desenhos!
um sorriso 
um nariz
dois olhos
e muito pano.

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